Introdução
A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas européias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti.
Arte Moderna
Em um período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros se viram em um momento em que precisavam abandonar os valores estéticos antigos, ainda muito apreciados em nosso país, para dar lugar a um novo estilo completamente contrário, e do qual, não se sabia ao certo o rumo a ser seguido.
No Brasil, o descontentamento com o estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase na poesia. Entre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, que realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. Suas obras, influenciadas pelocubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Monteiro Lobato não poupou críticas à pintora, contudo, este episódio serviu como incentivo para a realização da Semana de Arte Moderna.
Como foi ?
A Semana, realizada entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, foi a explosão de idéias inovadoras que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX. Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão; com este propósito, experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com a incompreensão e com a completa insatisfação de todos que foram assistir a este novo movimento. Logo na abertura, Manuel Bandeira, ao recitar seu poema Os sapos, foi desaprovado pela platéia através de muitas vaias e gritos.
Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao inserir suas idéias ao longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico.
Todo novo movimento artístico é uma ruptura com os padrões utilizados pelo anterior, isto vale para todas as formas de expressões, sejam elas através da pintura, literatura, escultura, poesia, etc. Ocorre que nem sempre o novo é bem aceito, isto foi bastante evidente no caso do Modernismo, que, a principio, chocou por fugir completamente da estética européia tradicional que influenciava os artistas brasileiros.
Curiosidades sobre a Semana de Arte Moderna:
Durante a leitura do poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira (leitura feita por Ronald de Carvalho) , o público presente no Teatro Municipal fez coro e atrapalhou a leitura, mostrando desta forma a desaprovação. No dia 17 de fevereiro, Villa-Lobos fez uma apresentação musical. Entrou no palco calçando num pé um sapato e em outro um chinelo. O público vaiou, pois considerou a atitude futurista e desrespeitosa. Depois, foi esclarecido que Villa-Lobos entrou desta forma, pois estava com um calo no pé.
Heitor Villa-Lobos
Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 5 de março de 1887 – Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1959) foi um maestro e compositor brasileiro.
Heitor Villa-Lobos
Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 5 de março de 1887 – Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1959) foi um maestro e compositor brasileiro.
Destaca-se por ter sido o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, sendo considerado o maior expoente da música do modernismo no Brasil, compondo obras que enaltecem o espírito nacionalista, ao qual incorpora elementos das canções folclóricas, populares e indígenas.
Obra:
As primeiras composições de Villa-Lobos trazem a marca dos estilos europeus da virada do século XIX para o século XX, sendo influenciado principalmente por Wagner, Puccini, pelo altoromantismo francês da escola de Frank e logo depois pelos impressionistas. Teve aulas com Frederico Nascimento e Francisco Braga.
Nas Danças características africanas (1914), entretanto, começou a repudiar os moldes europeus e a descobrir uma linguagem própria, que viria a se firmar nos bailados Amazonas eUirapuru (1917). O compositor chega à década de 1920 perfeitamente senhor de seus recursos artísticos, revelados em obras como a Prole do Bebê para piano, ou o Noneto (1923). Violentamente atacado pela crítica especializada da época,viajou para a Europa em 1923 com o apoio do mecenas Carlos Guinle e, emParis, tomou contato com toda a vanguarda musical da época. Depois de uma segunda permanência na capital francesa (1927-1930), voltou ao Brasil a tempo de engajar-se nas novas realidades produzidas pela Revolução de 1930.
O Teatro Municipal de São Paulo foi o primeiro palco "erudito" a receber as obras de Villa-Lobos.
Os 12 Apóstolos que participaram da semana de 22
Mário de Andrade: (São Paulo, 9 de outubro de 1893-São Paulo 25 de fevereiro de 1945) foi um poeta,romancista,musicólogo, historiador, crítico de arte e fotografo brasileiro.Um dos fundadores do modernismo brasileiro, ele praticamente criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Pauliceia Desvairada em 1922.Andrade exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira e, como ensaísta e estudioso-foi um pioneiro do campo da etnomusicologia—sua influência transcendeu as fronteiras do Brasil.
José Oswald de Sousa Andrade: (São Paulo, 11 de janeiro de 1890 — São Paulo, 22 de outubro de 1954) foi um escritor, ensaísta e dramaturgo brasileiro. Era filho único de Jose Oswald Nogueira de Andrade e de Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade.Foi um dos promotores da Semana de Arte Moderna que ocorreu 1922 em São Paulo, tornando-se um dos grandes nomes do modernismo literário brasileiro. Foi considerado pela crítica como o elemento mais rebelde do grupo, sendo o mais inovador entre estes.
Victor Brecheret: (Farnese, 22 de fevereiro de 1894 — São Paulo, 17 de dezembro de 1955) foi um escultor ítalo-brasileiro, considerado um dos mais importantes do país. É responsável pela introdução do modernismo naescultura brasileira. Sua figura ficou marcada pela boina que costumava vestir, ressaltando uma imagem tradicional do "artista".
Anita Catarina Malfatti: (São Paulo, 2 de dezembro de 1889 — São Paulo, 6 de novembro de 1964) foi uma pintora, desenhista,gravadora e professora brasileira.
Paulo Menotti Del Picchia:(São Paulo, 20 de março de 1892 — São Paulo, 23 de agosto de 1988) foi um poeta, jornalista, tabelião,advogado, político, romancista, cronista, pintor e ensaísta brasileiro.Com cinco anos de idade mudou-se para a cidade de Itapira, interior de São Paulo, onde foi aluno de Jacomo Stávale. Bacharel em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, formado em 1913. Nesse ano publicou Poemas do Vício e da Virtude, seu primeiro livro de poesias. Na cidade de Itapira foi agricultor e advogado militante; lá criou o jornal político O Grito e escreveu os poemas Moisése Juca Mulato. Colaborou em vários jornais, entre os quais Correio Paulistano, Jornal do Comércio e Diário da Noite. Em 1924 criou, com Cassiano Ricardo e Plínio Salgado, o Movimento Verdamarelo, de tendência nacionalista. Publicou vários romances, entre elesFlama e Argila, O Homem e a Morte, Republica 3000 e Salomé, além de livros de ensaios e de crônicas.
Guilherme de Andrade de Almeida: (Campinas, 24 de julho de 1890 — São Paulo, 11 de julho de 1969) foi um advogado, jornalista,crítico de cinema, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro Um dos poemas de Guilherme de Almeida, "A Carta Que Eu Sei de Cor", presente em seu livro "Era uma vez", foi declamado na Faculdade de Letras de Coimbra, em 1930, na importante conferência "Poesia Moderníssima do Brasil" - esta conferência foi estampada na revista 'Biblos' (Faculdade de Letras de Coimbra), Vol. VI, n. 9-10, Coimbra, Setembro e Outubro de 1930, pp. 538 - 558; e no 'Jornal do Commercio', Rio de Janeiro, domingo, 11 de janeiro de 1931, página 3). Foi um dos fundadores da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, onde lecionou Ciência Política.Guilherme de Almeida foi ainda um dos fundadores da Revista Klaxon, que visava a divulgação da ideias modernistas, tendo realizado sua capa, assim como os arrojados anúncios da Lacta, para a mesma Revista. Elaborou também a capa da primeira edição do livro "Paulicea Desvairada", de Mário de Andrade. Foi o primeiro modernista a entrar para aAcademia Brasileira de Letras (1930). Em 1958, foi coroado o quarto "Príncipe dos Poetas Brasileiros" [2] (depois de Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano).
Sérgio Milliet da Costa e Silva: (São Paulo, 20 de setembro de 1898 — São Paulo, 9 de novembro de 1966) foi um escritor, pintor, poeta, ensaísta, crítico de arte e de literatura,sociólogo e tradutor brasileiro. Foi também diretor de biblioteca, tendo dirigido a Biblioteca Mário de Andrade.Por sua vivência na Europa, naturalmente, Milliet entrou em contato com as técnicas cubistas e futuristas, as quais empregou em sua poesia. Observa-se "falta quase total de pontuação, superposição de idéias e imagens em lugar da seqüência lógica, técnica analógica, simultaneidade, versos elíticos, independentes, dando idéia de descontinuidade", conforme Leodegário A. de Azevedo Filho.
Tarsila do Amaral: (Capivari, 1 de setembro de 1886 — São Paulo, 17 de janeiro de 1973) foi uma pintora e desenhista brasileira e uma das figuras centrais da pintura brasileira e da primeira fase do movimento modernista brasileiro, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugura o movimento antropofágico nas artes plásticas.
Tácito de Almeida: (Campinas, 14 de junho de 1889 São Paulo, 3 de setembro de 1940), foi um advogado, escritor, poeta e jornalista brasileiro.Tácito de Almeida formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1920. Foi nomeado delegado de polícia deRio Claro e posteriormente promotor público de Taubaté. Colaborou para a fundação da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, onde lecionou na cadeira de Ciências Políticas. Foi consultor jurídico da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e do Instituto de Engenharia. Membro ativo do grupo realizador da Semana de Arte Moderna de 1922, e colaborador da revista Klaxon. Destacou-se na Revolução Constitucionalista de 1932, quando organizou o Batalhão de Defesa Paulista, tendo participado com bravura da célebre luta no setor de Cunha, juntamente com seu irmão, o poeta, jornalista e também advogado, Guilherme de Almeida, “príncipe dos poetas brasileiros". Um dos fundadores do Partido Democrático, dissidência do Partido Republicano Paulista. Dirigiu o Diário Nacional e presidiu a Liga de Defesa Paulista, após a Revolução de 1930.
Adorei , muito boa a explicação .
ResponderExcluirA Semana da Arte Moderna, não é simplesmente uma semana em que pintores,
ResponderExcluircompositores, artistas em geral renomados fizeram uma apresentação qualquer,
mas sim foi a semana que revolucionou o meio em que pessoas pensavam em arte no Brasil.
Em primeiro tempo foi criticada, mas hoje vemos o que ela realmente significou.
Daniel Henrique 9°C
Achei muito bom, todo o contexto da Semana da Arte Moderna é interessante já que foi uma grande revolução no meio da arte brasileira.
ResponderExcluirLeandro Gonçalves de Paula 9ºC
É interessante observar essa semana, que foi uma revolução para a história da arte brasileira.Teve-se também participação de grandes artistas brasileiros que mudaram o rumo da arte com suas novas obras estéticas baseadas na Europa.
ResponderExcluirGabriel T. Fujii 9ºC
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAdorei a explicação e saber como é importarte saber essas coisas sobre a arte Brasileira é super legal mesmo
ResponderExcluirGabriela Pinheiro 9C
gostei muito da explicação.
ResponderExcluirmuitos dizem que a cultura brasileira não é boa mas eu discordo.
Gustavo Ortega 9°C